Os dados estatísticos não são precisos, mas sabe-se que vítimas fatais causadas por choques elétricos que chegam aos prontos socorros são muitas e acontecem com uma frequência absurdamente alta.
O DR tem como função a proteção contra choques elétricos e a proteção do patrimônio evitando incêndios causados por falha elétrica. A proteção contra choques elétricos somente deve ser feita usando-se o DR de alta sensibilidade (30mA); já a proteção patrimonial pode ser feita pelos DR’s de 100mA, 300mA, 500mA além da sensibilidade de 30mA já mencionada. Estima-se que 30% dos incêndios são causados por uma falha elétrica, daí a importância deste dispositivo.
A Norma NBR 5410 a partir de sua 5° versão em 1997 tornou obrigatório o uso do dispositivo diferencial residual conhecido como “DR” em determinados locais e circuitos visando à proteção contra choques elétricos. Entre os pontos mencionados temos:
Circuitos que alimentam tomadas de corrente em área externa;
Circuitos de iluminação externa (ex: iluminação de jardins);
Todos os pontos de utilização usados em banheiros;
Circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas externas, mas que podem vir a alimentar equipamentos no exterior;
Todos os pontos de utilização de cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, ou seja, áreas internas molhadas em uso normal ou sujeita a lavagens.
A escolha do DR deve atentar para alguns dados importantes a respeito do dispositivo.
1 – Corrente Nominal (In) trata-se da corrente nominal do circuito a ser protegido (25, 40, 63, 100,125A);
2 – Corrente de sensibilidade (I∆n) estabelecida conforme o tipo de proteção a ser executado (30, 100, 300,500mA);
3 – Número de polos 2, 3 ou 4, estipulado conforme o tipo de circuito a ser protegido ou do tipo de alimentação fornecido pela concessionária de energia (lembramos aqui que o condutor do neutro deverá passar pelo DR);
4 – Tensão nominal de operação conforme circuito a ser protegido pelo dispositivo.
Outra característica importante sobre o DR é a classificação do seu tipo. A norma IEC prevê algumas versões de acordo com sua capacidade de detecção: tipo AC, o mais tradicional, usado apenas para as correntes residuais alternadas; tipo A usado em correntes alternadas e contínuas pulsantes; o tipo B tem a mesma detecção do tipo A além correntes contínuas puras e, finalmente o tipo SI que tem as mesmas características do tipo A, mas podendo ser utilizado em ambientes agressivos, com baixas temperaturas ou então para garantir a continuidade de serviço em caso de descargas atmosféricas.
Devemos chamar a atenção que para a devida proteção contra choques elétricos é importante também citar que é de extrema importância o condutor de proteção (terra), como primeira medida de proteção contra choques elétricos.
Outro ponto importante que devemos deixar bem claro é separar a função do DR e do disjuntor. O DR detectará correntes de fuga à terra, já o disjuntor protegerá os cabos contra sobrecarga e curto circuito. Existem no mercado dispositivos que agregam as duas funções (conhecidos como DDR), mas em sua grande maioria é utilizado separadamente DR e disjuntores.
Quanto à instalação do DR não há segredos, todos os condutores vivos da instalação devem ser ligados no dispositivo, ou seja, fases + neutro. O polo de neutro é identificado, normalmente localizado no primeiro polo do lado esquerdo do componente.
Os DR’s tem um botão de teste para averiguação do seu funcionamento, que recomendamos que seja acionado uma vez.
Finalizando o DR é um dispositivo de segurança extremamente importante em todas as instalações elétricas para proteção das pessoas e do patrimônio.